segunda-feira, 9 de dezembro de 2013

2º Fórum de Combate à Violência contra a Mulher no Vale do Taquari.

Na tarde de 26/11/2013, realizou-se em Lajeado o 2º Fórum de Combate à Violência contra a Mulher no Vale do Taquari. O evento foi idealizado pela Polícia Civil da 19ª RP e teve como parcerias o Curso de Direito da Univates, a Casa de Passagem do Vale e a Coordenadoria Municipal da Mulher. O objetivo principal do Fórum foi sensibilizar a comunidade acadêmica e regional para participação na rede de proteção às mulheres. Também visou levar conhecimento sobre a aplicação da legislação aos casos de violência. Uma das palestrantes foi a colega Delegada de Polícia Tatiana Barreira Bastos, que apresentou estatísticas da violência, bem como explanou sobre a Lei Maria da Penha e como funciona a rede de atendimento. A outra palestrante foi uma representante da Secretaria Estadual de Políticas para as Mulheres que abordou a Rede Lilás. O evento marcou a semana de combate à violência contra a mulher e teve a presença de vários setores da sociedade e também foi prestigiado por muitas autoridades. 

Fonte:
Elisabete Cristina Barreto Müller - Delegada de Polícia Regional 19ª RP-Lajeado

Integração da Polícia Civil e da Brigada Militar em Gravataí, no combate a violência de gênero

Aderindo a campanha dos dezesseis dias de ativismo pelo fim da violência contra as mulheres, esta Delegacia de Polícia Especializada no Atendimento à Mulher, em ação integrada com o 17º Batalhão da Polícia Militar, realizou  ações de Patrulha Maria da Penha na cidade de Gravataí, objetivando fiscalizar o cumprimento das Medidas Protetivas de Urgência, através de visita domiciliar às vítimas.

O trabalho foi realizado no dia 02 de dezembro, pelo turno da manhã, e teve continuidade na tarde do dia 04 de dezembro. Ao todo, foram visitadas onze residências de mulheres vítimas de violência de gênero, que possuem Medidas Protetivas  de Urgência. 



 

terça-feira, 26 de novembro de 2013

Una-se pelo fim da violência contra a mulher




Precisamos nos unir. A violência contra as mulheres não pode ser tolerada, de nenhuma forma, em nenhum contexto, em nenhuma circunstância, por nenhum líder político nem por nenhum governo.
SECRETÁRIO-GERAL BAN KI-MOON

A campanha do Secretário-Geral das Nações Unidas, Ban Ki-moon, UNA-SE pelo fim da violência contra as mulheres, tem por objetivo prevenir e eliminar a violência contra as mulheres e meninas em todas as partes do mundo.
A campanha reúne diversas agências e escritórios da ONU para impulsionar ações em todo o Sistema ONU, a fim de prevenir e punir a violência contra as mulheres.
Através da campanha, a ONU está unindo forças com indivíduos, sociedade civil e governos pelo fim da violência contra as mulheres em todas as suas formas.

Leia sobre esta campanha em : http://www.onu.org.br/unase/

domingo, 24 de novembro de 2013

Mulheres assassinadas

              Tem sempre o dia em que a casa cai. Elas perderam a esperança porque o perdão também cansa de perdoar. Uma sucessão de abusos, de surras causadas pelo ciúme delirante, finalmente encontrou um basta. Seus maridos e namorados ficam enfurecidos, não compreendem a rejeição. Quanto atrevimento! O que foi que mudou? Na lógica deles, vontade própria não existe nas mulheres, portanto a ruptura deve ser por causa de outro. Abstinentes da relação que lhes sustentava a virilidade, decidem lavar a honra ferida: elas não pertencerão a mais ninguém.
Léia, oito tiros; Eliene, marteladas; Caroline, degolada; Karla, 10 tiros; Bruna, grávida de 15 anos, facadas; Joyce, negou-se a ter relações sexuais com o marido bêbado, 16 facadas; Rosilene, 12 facadas; Elisângela, espancada até a morte; Tânia, esfaqueada, asfixiada e colocada na geladeira; Maria da Guia, pauladas; só para citar alguns dos muitos casos de outubro, recolhidos a esmo, espalhados por todo o Brasil. Em todos eles os matadores eram ex-companheiros.
               O fim de um amor sempre causa desespero, sentimento de dissolução, perde-se parte de si. Há também a vergonha pública, pois amor e reputação têm seu destino enlaçados. Portanto, homens e mulheres deveriam equivaler-se nas manifestações de despeito, a dor é democrática. Não é o caso: elas se deprimem, podem praticar maldades, maledicência, partilhas litigiosas; já para muitos deles é uma questão de honra, de vida e morte.
Simone de Beauvoir lembrava que o prestígio social da guerra, território masculino, sempre foi maior que o do ato de dar a vida, atributo feminino. Assim, frente à impotência maior de ver-se privado daquela que se julgava possuir, decidir pela sua morte acaba sendo o exercício de um prática milenar.
         Nos anos 80, usávamos a frase: “Quem ama não mata”, lembrando que não é aceitável qualquer condescendência com os crimes passionais. Melhoramos um pouco na punição dos assassinos de mulheres, que já gozaram de maior prestígio, acredite. Porém, um dos graves obstáculos na prevenção dos assassinatos de mulheres é a resistência delas, assim como das pessoas ao seu redor, em levar a sério as ameaças que sofrem. Elas acreditam que faz parte do amor e conseguirão reverter a situação. Protegem o agressor como se fosse um filho travesso, são incrédulas frente à letalidade do seu homem. A mulher não tem intimidade com a morte enquanto argumento final, atribuem a eles a capacidade que elas têm de duelar com palavras.
          Nossas leis são melhores na teoria do que a prática. O amor, em sua face possessiva e descontrolada, continua sendo um serial killer de mulheres. Isso é assim porque no fundo ainda se espera que a mulher se apegue à relação acima de tudo, que ela exerça seu poder através da entrega. São restos, ainda ativos, de um tempo em extinção. O segredo para a erradicação da violência está num trabalho com as potenciais vítimas: é preciso que elas acreditem que serão apoiadas, que maus-tratos são inadmissíveis, que correm riscos e não devem morrer. Nunca mais.

quarta-feira, 20 de novembro de 2013

Governador sanciona projetos de lei para reforçar combate à violência contra as mulheres


Fonte: Jornal O Sul - 19/11/2013

Poema sobre as mulheres

LIBERTA TUA VOZ


MULHERES SÃO VERSOS EM CANTO OU PROSA
PERFUME DA ROSA EXALANDO CARINHO
NEM FORTES NEM FRÁGEIS SÓ QUEREM RESPEITO
SE FERIR SEUS DIREITOS A LEI É O ESPINHO

TEM TANTAS MULHERES SOFRENDO CALADAS
TÃO SUBJUGADAS O  SILÊNCIO É FATAL
A LEI TE PROTEGE ,FORTE GARANTIA
VIOLÊNCIA EM FAMÍLIA NÃO É MAIS BANAL

NÃO É UTOPIA É SONHO FECUNDO
EXTIRPAR DO MUNDO TODA CRUELDADE
ACORDA MULHER A LEI ESTÁ AO TEU LADO
O QUE ERA SONHADO HOJE É REALIDADE.

SE SOCORRE  A DEUS E DEPOIS À BRIGADA
QUE ESTÃO NESTA LUTA  QUE ÁRDUA E FERRENHA
PRECISANDO  DE UMA POLÍCIA  ESPECIALIZADA
CHAME A PATRULHA   “MARIA DA PENHA”.


Ten. Dilmar
1º Ten da Brigada Militar do CRPO/VT de Lajeado

quinta-feira, 14 de novembro de 2013

Nilda Gondim sugere ao ministro da Justiça a implantação da Patrulha Maria da Penha

A implantação, em nível nacional, da Patrulha Maria da Penha (criada pela Polícia Militar do Rio Grande do Sul para coibir os atos de violência contra as mulheres) foi defendida junto ao ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo, pela deputada federal Nilda Gondim (PMDB-PB), presidente da Subcomissão Especial para discutir a Violência contra a Mulher, vinculada à Comissão de Seguridade Social e Família da Câmara dos Deputados.
A sugestão de Nilda Gondim foi apresentada durante audiência com o ministro José Eduardo Cardozo realizada na quarta-feira (06). A reunião contou com a presença dos presidentes da Câmara dos Deputados, deputado Henrique Eduardo Alves (PMDB-RN), e do Senado Federal, senador Renan Calheiros (PMDB-AL), e de integrantes da Bancada Feminina das duas Casas Legislativas.
Nilda Gondim ressaltou que o programa criado pela Polícia Militar do Rio Grande do Sul tem evitado que mulheres vítimas de violência sejam agredidas novamente pelos ex-companheiros. "Em um ano, a chamada Patrulha Maria da Penha conseguiu garantir a segurança dessas mulheres em 100% dos casos", informou a deputada paraibana. Ela disse que as patrulhas gaúchas percorrem os bairros com maior índice de violência doméstica de Porto Alegre e vão às casas das mulheres que conseguiram na Justiça uma ordem para que os maridos não se aproximem. Os policiais não têm hora marcada para as visitas, pois a ideia é fazer com que o agressor tenha medo de ser surpreendido, o que funciona na maioria dos casos. "Mesmo assim, desde que a patrulha foi criada, 40 homens já tentaram descumprir as medidas protetivas, mas todos foram presos em flagrante", comentou Nilda Gondim.
Para ela, a Patrulha Maria da Penha se constitui numa iniciativa excelente que visa cumprir as medidas protetivas e proteger as mulheres que denunciam seus companheiros e que vem funcionando perfeitamente no Rio Grande do Sul, podendo perfeitamente ser implantada em todo o País. A implantação de iniciativas como a Patrulha Maria da Penha é uma ação que depende exclusivamente dos governos estaduais, por meio de suas Secretarias de Segurança Pública, mas fiz essa sugestão ao ministro da Justiça com o objetivo de fazer com que o governo federal estimule os governantes estaduais a adotarem este importante instrumento de defesa da mulher, ressaltou a deputada peemedebista.

Fonte: http://www.pbagora.com.br

terça-feira, 12 de novembro de 2013

DEAM DE BENTO GONÇALVES APRESENTA RESULTADOS DO PROJETO DE REABILITAÇÃO DE AGRESSORES DE MULHERES.

Policiais civis da Delegacia Especializada no Atendimento à Mulher e do Núcleo de Policiamento Comunitário da Polícia Civil de Bento Gonçalves, coordenados pela Delegada Isabel Pires Trevisan, apresentaram nesta terça-feira (12/11), o resultado do projeto de Reabilitação de Agressores de Mulheres.
Durante este ano, participaram do projeto mais de 100 homens autores de crimes relacionados à violência doméstica e familiar contra a mulher.
               Conforme a Delegada Isabel, o projeto teve até o momento 100% de êxito, já que não houve nenhum caso de reincidência. Segundo ela, a experiência demonstra que o acompanhamento e a conscientização dos agressores no sentido da desnaturalização da violência de gênero é fundamental para a diminuição da violência contra as mulheres.


Cursos de capacitação pelo Rio Grande do Sul


Anita Keling no JA, em Santa Maria, fazendo a divulgação.





Delegada Claudia e patrulheiros/as de passo fundo iniciando os trabalhos!!!

segunda-feira, 4 de novembro de 2013

Maria Berenice Dias, a primeira mulher a se tornar juíza e desembargadora no Rio Grande do Sul.


                 As dificuldades de afirmação em meio a um ambiente 100% masculino, tradicionalmente refratário às mulheres, tornaram Berenice uma desbravadora de costumes. Sua trajetória começou com a defesa dos direitos femininos e derivou para a causa dos homossexuais. 

                 A marca de defensora dos homossexuais colou em Berenice quando, em 2001, o Tribunal de Justiça gaúcho foi o primeiro do Brasil a reconhecer a união estável entre dois homens, num processo de divisão de bens. Era o coroamento do seu trabalho, mas ainda estava longe de ser o fim.

 Perguntaram-lhe o motivo para abraçar essa causa? As pessoas estranham, só se envolvem nas suas causas. O que é do outro não diz respeito. Precisam se colocar no lugar do outro. O Rio Grande do Sul foi pioneiro ao reconhecer direitos homossexuais.


 Leia a entrevista na íntegra em:

http://zerohora.clicrbs.com.br/rs/pagina/maria-berenice-dias.html

Visite nosso blog: mulhereseasegurancapublica.blogspot.br


quinta-feira, 24 de outubro de 2013

PROJETO SOCIOEDUCATIVO INICIA SUAS ATIVIDADES NO PRÓXIMO DIA 25 NA CÂMARA MUNICIPAL

         A Câmara Municipal de Porto Alegre e o Projeto Se Liga!, ação  socioeducativo para jovens de baixa renda de escolas públicas do RS,  promovem no próximo dia 25,  a projeção do filme “Preciosa”, no Plenário Ana Terra da Câmara Municipal. A iniciativa inaugura as ações do Projeto Se Liga, que pretende realizar palestras sobre direitos humanos nas escolas públicas, com o auxílio dos meios culturais, proporcionando o debate sobre o tema . Com o apoio da Uniritter e Playarte, é uma iniciativa da graduanda em direito Juliana Bueno de Moraes. As atividades, mediante agendamento, são gratuitas para escolas, com o objetivo de conscientizar e disseminar a importância dos direitos humanos junto a alunos de ensino médio.

PRECIOSA
    Dirigido por Lee Daniels Com Gabourey Sidibe,  Mo'Nique, Paula Patton Gênero Drama-1987, Nova York, bairro do Harlem. Claireece "Preciosa" Jones (Gabourey Sidibe) é uma adolescente de 16 anos que sofre uma série de privações durante sua juventude. Violentada pelo pai (Rodney Jackson) e abusada pela mãe (Mo'Nique), ela cresce irritada e sem qualquer tipo de amor. O fato de ser pobre e gorda também não a ajuda nem um pouco. Além disto, Preciosa tem um filho apelidado de "Mongo", por ser portador de síndrome de Down, que está sob os cuidados da avó. Quando engravida pela segunda vez, Preciosa é suspensa da escola. A sra. Lichtenstein (Nealla Gordon) consegue para ela uma escola alternativa, que possa ajudá-la a melhor lidar com sua vida. Lá Preciosa encontra um meio de fugir de sua existência traumática, se refugiando em sua imaginação.

O QUE: LANÇAMENTO DO PROJETO SE LIGA – AÇÃO SOCIOEDUCATIVA PARA JOVENS DE BAIXA RENDA – PROJEÇÃO DO FILME PRECIOSA
QUANDO: 25/10/2013
HORÁRIO: 9 horas
LOCAL: Plenário Ana Terra da Câmara Municipal

Fonte: Juliana Bueno de Moraes - Coordenadora do Projeto de Apoio Socioeducativo para Jovens de baixa renda de Escolas Públicas - "SE LIGA"

quarta-feira, 23 de outubro de 2013

II Seminário Mulheres e a Segurança Pública – Fortalecendo a Rede Lilás


       Lembrando !!        

        As inscrições estão abertas.

       O objetivo do Seminário Mulheres e a Segurança Pública – Fortalecendo a Rede Lilás é fortalecer os serviços especializados de enfrentamento e atendimento às mulheres em situação de violência no Rio Grande do Sul, garantindo a elas um serviço humanizado, integral e qualificado. Ao mesmo tempo, reduzir os crimes cometidos por questões de gênero, com a responsabilidade do agressor, além da assistência e autonomia para as mulheres e a garantia de seus direitos humanos. 

Sua presença é muito importante para nós!  Participe. 



terça-feira, 22 de outubro de 2013

Almoço comemorativo ao 1º ano da Patrulha Maria da penha

O Secretário da Segurança Pública, Airton Michels, posa com a equipe da cozinha do Palácio, que preparou o almoço no evento. Tudo estava ótimo, e a comida uma delícia !

O direito a um pai

Existe o direito constitucional à identidade,  um dos mais importantes atributos da personalidade.
Todo mundo precisa ser registrado para existir juridicamente, ser cidadão.
Claro que esta é uma obrigação dos pais: registrar o filho em nome dos dois.
A Lei dos Registros Públicos, que é anterior à Constituição Federal e ao Código Civil - e que até hoje não foi atualizada - está prestes a ser, mais uma vez, remendada, sem que com isso venha a atender ao maior interesse de uma criança: ter no seu registro o nome de ambos os pais.
      A antiquada lei registral, atribui exclusivamente ao pai a obrigação de proceder ao registro do filho. Somente no caso de sua falta ou impedimento é que o registro pode ser levado a efeito por outra pessoa.
      Agora de uma maneira para lá de singela, o PLC 16/2003, recém aprovado pelo Senado,  atribui também à mãe a obrigação de proceder ao registro.
Ora, nunca houve qualquer impedimento para a mãe proceder ao registro do filho. Ela sempre assumiu tal encargo quando o pai se omite.
O tratamento, aliás, sempre foi discriminatório. Basta o homem comparecer ao cartório acompanhado de duas testemunhas, tendo em mãos a Declaração de Nascido Vivo (DNV) e a carteira da identidade da mãe, para registrar o filho como seu. Já a mãe só pode registrar o filho também no nome do pai, se apresentar a certidão de casamento e a identidade do pai.
Esta é outra discriminação injustificável. Quando os pais vivem em união estável, mesmo que reconhecida contratual ou judicialmente, nem assim a mãe pode proceder ao registro do nome do pai. Para ele inexiste esta exigência. Consegue registrar o filho sem sequer alegar que vive na companhia da mãe.
A Lei 8.560/92 e as Resoluções 12 e 16 do Conselho Nacional de Justiça, até tentaram chamar o homem à responsabilidade de registrar os seus filhos. Se a mãe indica ao oficial do registro civil quem é o genitor, é instaurado um procedimento, em que o indigitado pai é intimado judicialmente. Caso ele não compareça, negue a paternidade ou não admita submeter-se ao teste do DNA, nada acontece.  Ao invés de o juiz determinar o registro do filho em seu nome, de forma para lá que desarrazoada o expediente é encaminhado ao Ministério Público para dar início à ação de investigação de paternidade. Proposta a ação, o réu precisa ser citado, nada valendo a intimação anterior, ainda que tenha sido determinada por um juiz.
Às claras que esta é o grande entrave para que os filhos tenham o direito de ter um pai. É de todo desnecessária a propositura de uma ação investigatória quando aquele que foi indicado como genitor nega a paternidade e resiste em provar que não o é. Diante da negativa, neste momento deveria o juiz determinar o registro, sem a necessidade de qualquer novo procedimento.
Na hipótese de o pai não concordar com a paternidade, ele que entre com a ação negatória, quando então será feito o exame do DNA.
O fato é que a mudança pretendida nada vai mudar. Para a mãe registrar o filho em nome de ambos, precisará contar com a concordância do genitor, pois terá que apresentar a carteira de identidade dele. Caso ele não forneça o documento, haverá a necessidade do procedimento administrativo.  Ainda assim, para ocorrer o registro é indispensável que ele assuma a paternidade.  
E, no caso de o indigitado pai não comparecer em juízo ou e se negar a realizar o exame do DNA, vai continuar a existir a necessidade da ação investigatória de paternidade, quando todos estes acontecimentos não dispõem de qualquer relevo.
Apesar de o Código Civil afirmar que a recusa a exame pericial supre a prova a ser produzida, não podendo quem se nega a realizá-lo aproveitar-se de sua omissão (CC arts. 231 e 232), quando se trata de assegurar o direito à identidade a alguém, tais dispositivos não valem.  A recusa do réu de se submeter ao exame de DNA gera mera presunção da paternidade a ser apreciada em conjunto com o contexto probatório        (L 8.560/92, art. 2º-A, parágrafo único). No mesmo sentido a Súmula 301 do STJ, que atribui à negativa mera presunção juris tantum da paternidade.
Ou seja, a de alteração legislativa - anunciada como redentora - não irá reduzir o assustador número de crianças com filiação incompleta. Segundo dados do CNJ, com base no Censo Escolar de 2011, há 5,5 milhões de crianças registradas somente com o nome da mãe.
Mais uma vez perde o legislador a chance de assegurar o direito à identidade a quem só quer ter um pai para chamar de seu.

Fonte:Maria Berenice Dias - Advogada  -Vice Presidenta Nacional do IBDFAM

segunda-feira, 21 de outubro de 2013

          Desde o início do mês, a estratégia do Governo Estadual para o enfrentamento da violência contra a mulher passa a contar com um serviço inédito no país: as Patrulhas Maria da Penha. Em Santa Cruz do Sul, no último dia 15 de outubro, iniciou a 3ª Edição do Curso de Capacitação Patrulha Maria da Penha, onde participam 50 policiais militares representantes dos 30 municípios que compõe o Comando Regional de Policia Ostensiva do Vale do Rio Pardo (CRPO-VRP).
         O curso, que foi realizado nas dependências da Universidade de Santa Cruz do Sul (Unisc) até ontem, sexta-feira, 18 de outubro, trabalhou formas de oferecer um atendimento mais humanizado às mulheres vítimas de violência, bem como atuação no pós-delito, buscando acompanhar os casos de violência contra mulheres e fiscalizar o cumprimento das medidas protetivas. O curso foi promovido pela Secretaria da Segurança Pública e faz parte da Rede de Atendimento da Secretaria da Segurança Pública para o Enfrentamento à Violência Doméstica e Familiar. Para o CRPO-VRP, o objetivo do curso é um melhor atendimento especializado às vítimas, buscando evitar que mulheres sofram violência doméstica, bem como as que já foram agredidas não sejam vítimas mais vezes causando traumas e impactos à vida de todos os familiares.

         Segundo o tenente coronel do 23º Batalhão de Polícia Militar (BPM), Valmir José dos Reis, o curso é de grande valia: “Nós entendemos que dentro da atualidade,  esse projeto do Estado e da segurança pública, através do atendimento desse programa integrado da Polícia Civil e da Brigada Militar das Patrulhas Maria da Penha, trazem uma importante colaboração para o equilíbrio das relações da ordem pública. O curso é importante por promover a qualificação das pessoas que vão agir no sentido de atender o que a sociedade assim deliberou com a Lei Maria da Penha” destaca.  Mais  conhecida como Lei Maria da Penha, a lei número 11.340 foi decretada pelo Congresso Nacional e sancionada pelo ex-presidente do Brasil, Luiz Inácio Lula da Silva em 7 de agosto de 2006, entrando em vigor no dia 22 de setembro do mesmo ano. Dentre as várias mudanças promovidas pela lei está o aumento no rigor das punições das agressões contra a mulher quando ocorridas no âmbito doméstico ou familiar.
A Patrulha Maria da Penha da Brigada Militar vem para combater e ter como principal objetivo agir no pós-delito, protegendo as mulheres vítimas de violência doméstica ao realizar a fiscalização das Medidas Protetivas de Urgência solicitadas, ao orientar, ao esclarecer dúvidas e realizar encaminhamentos à rede de proteção local.
           O projeto da Secretaria de Segurança Pública do Rio Grande do Sul é pioneiro no Brasil e a Patrulha (com viaturas identificadas e PMs capacitados) faz visitas regulares à casa da mulher e presta o atendimento necessário pós-delito.  Atualmente, o programa está implementado em Porto Alegre, Canoas, Esteio e Charqueadas. Até o final de 2014, além de Santa Cruz do Sul, também receberão a Patrulha Maria da Penha mais seis Batalhões de Polícia Militar de Porto Alegre,Caxias do Sul, Passo Fundo, Vacaria, Santo Ângelo, Lajeado, Bento Gonçalves, Rio Grande, Pelotas, Bagé, Novo Hamburgo, Gravataí, Erechim, Santa Rosa, Cruz Alta, Ijuí, Santa Maria, Viamão, Alvorada, São Leopoldo, Uruguaiana e Santana do Livramento.
                         Entre os dias 27 e 29 de novembro de 2013, no Auditório do Ministério Público (Aureliano de Figueiredo Pinto, 80) em Porto Alegre, ocorrerá o II Seminário Mulheres e a Segurança Pública. O evento tem como objetivo discutir e fortalecer os serviços especializados de enfrentamento e atendimento às mulheres em situação de violência no Rio Grande do Sul, garantindo a elas um serviço humanizado, integral e qualificado, ao mesmo tempo em que se busca reduzir os crimes cometidos por questão de gênero, com a responsabilização do agressor, assistência e autonomia para as mulheres e a garantia de seus direitos humanos, visto que o rompimento do ciclo da violência e a ação coletiva das mulheres dependem da construção de uma rede especializada que envolva e comprometa o Poder Público em sua totalidade e a sociedade civil. Essa rede, denominada de Rede Lilás RS, pressupõe a atuação articulada e integrada entre instituições governamentais e não-governamentais. 
Em visita à Santa Cruz do Sul, a assessora da Secretaria de Políticas Públicas para Mulheres (SEPPM) do gabinete da Secretaria de Segurança Pública do Estado do Rio Grande do Sul, Anita Kieling, revelou a expectativa em difundir o projeto da Patrulhas Maria da Penha no estado e aproveitou para divulgar o II Seminário Mulheres e a Segurança Pública. “Estamos aproveitando o curso que esta formando policiais para trabalharem na Patrulha Maria da Penha, para fazer a divulgação do seminário. Até junho de 2014, queremos estar com 19 delegaciasespecializadas no estado, isso é um trabalho que está se buscando e investindo” destaca Anita.
“Em Santa Cruz do Sul os policiais já estão sendo capacitados, já tem viatura destinada e provavelmente em novembro, se tudo ocorrer bem,estaremos instalando a patrulha aqui. Será mais uma garantia para a mulher e reforço na segurança” finaliza a assessora.


Fonte: Cristiano Silva - cristiano@riovalejornal.com.br - Rioval Jornal - 21 de Outubro de 2013

Secretaria de Políticas para as Mulheres comemora o 1º ano da Patrulha da lei Maria da Penha no RS


Secretaria de Políticas para as Mulheres presentes neste sábado 19 de outubro na atividade de 1 ano da Patrulha da lei Maria da Penha no RS. Um importante momento de avaliação ouvindo os/as patrulheiros/as, as mulheres e comunidade atendida, os e as profissionais da Defensoria do Estado, das DEAs, dos Centros de Referência, da SPM do RS, da Secretaria de Segurança Pública e o compromisso reafirmado pelo Governador da importância deste programa e da responsabilidade de estado assumida pela segurança pública para assegurar os direitos, a cidadania e a proteção das mulheres e, mostrar que é também responsabilidade da segurança pública o enfrentamento da violência contra as mulheres.
Um dia onde foi possível constatar na prática que é possível uma segurança cidadã, que acolhe e protege as mulheres. Um grande exemplo que deve ser "espraiado" pelos demais estados.
Um dia de grande aprendizado e de comemoração de uma pratica fundamental para a aplicabilidade da Lei Maria da Penha. E que estes 10 anos de políticas para as Mulheres representam a construção de um Brasil justo, solidário e com igualdade.
A equipe de coordenação da Patrulha da Lei Maria da Penha está de parabéns. A Equipe da SPMRS também... assim mostramos porque as políticas específicas para s mulheres são tão importantes. Presentes também para conhecer a experiência profissionais da segurança pública do Ceará, Pernambuco e Piauí.
Um grande dia!!!!!!


Rosangela Rigo

sexta-feira, 18 de outubro de 2013

Patrulha Maria da Penha completa um ano com mais de 1,9 mil atendimentos e planos de expansão


   Mais uma edição da capacitação da Patrulha Maria da Penha encerrou-se nesta sexta-feira (18) em Santa Cruz do Sul, município que receberá o programa em novembro deste ano. O curso começou na última terça-feira (15), com a participação de 50 alunos, entre policiais militares, servidores do Instituto-Geral de Perícias, além de integrantes da rede de atendimento às mulheres, como a Casa de Passagem e a Coordenadoria da Mulher. As aulas, promovidas pela Secretaria da Segurança Pública (SSP), por meio da Brigada Militar, ocorreram no campus da Universidade de Santa Cruz do Sul (Unisc).

       Para o coordenador da implantação do serviço em Santa Cruz, capitão Ricardo Prestes, o curso serviu para aprofundar o conhecimento sobre a Lei Maria da Penha. "Agora sabemos todos os caminhos a percorrer para melhor garantirmos os direitos das mulheres, de forma qualificada. Também conhecemos melhor a rede e sabemos para onde devemos encaminhá-las". O capitão falou ainda da importância da integração dos serviços. "Não podemos apenas conduzi-las até a delegacia e dar as costas".


       Além de PMs de Santa Cruz do Sul, participaram da capacitação policiais de Rio Pardo, Candelária, Venâncio Aires, Cachoeira do Sul e Vera Cruz. Nesta sexta-feira (18), uma das aulas foi sobre as estatísticas da Lei Maria da Penha, ministrada pelo chefe da Divisão Estatística Criminal da SSP, major Luis Fernando Linch. 

Patrulha Maria da Penha A Patrulha, que trabalha com viaturas identificadas e PMs capacitados, faz visitas regulares às casas de mulheres amparadas por medidas protetivas e presta o atendimento no pós-delito. Se necessário, a encaminha para uma casa de  abrigo. Com esta ação, há muitos casos em que o homem estava prestes a voltar a agredir ou matar a vítima, mas foi preso em flagrante.
Atualmente, o programa está implementado em Porto Alegre, Canoas, Esteio e Charqueadas. Até o final de 2014, além de Santa Cruz do Sul, também receberão a Patrulha Maria da Penha mais seis Batalhões de Polícia Militar de Porto Alegre,  Caxias do Sul, Passo Fundo, Vacaria, Santo Ângelo, Lajeado, Bento Gonçalves, Rio Grande, Pelotas, Bagé, Novo Hamburgo, Gravataí, Erechim, Santa Rosa, Cruz Alta, Ijuí, Santa Maria, Viamão, Alvorada, São Leopoldo, Uruguaina e Santana do Livramento.
Seminário Mulheres na Segurança Pública

Ainda no evento, a assessora do gabinete do secretário da Segurança Pública, Anita Kieling, divulgou o II Seminário Mulheres e a Segurança Pública – Fortalecendo a Rede Lilás. Será de 27 a 29 de novembro, no auditório do Ministério Público Estadual, em Porto Alegre.

Haverá palestras e terá a participação do governador Tarso Genro, do secretário da Segurança Pública, Airton Michels, e da ministra da Secretaria de Direitos Humanos da Presidência da República, Maria do Rosário. As inscrições podem ser feitas pelo www.mulhereseasegurancapublica.blogspot.com.br até o dia 20 de novembro ou quando se esgotarem as vagas e são gratuitas. Há reserva de inscrição para a Brigada Militar (180), Polícia Civil (100), Superintendência dos Serviços Penitenciários – Susepe (100), IGP (50) e público em geral (70).

Inauguração da sala de atendimento a mulher em situação de violência



    Na data de ontem (17/10) ocorreu um evento de inauguração da sala de atendimento à mulher em situação de violência da DPPA de Gravataí, no local serão atendidas vítimas de violência doméstica, além de crianças, adolescentes e outros grupos vulneráveis.
Essa sala tem o objetivo de aprimorar o trabalho que já vem sendo desenvolvido pela DEAM Gravataí, a qual é pioneira no Projeto DEAM/ITINERANTE, quando Policiais Civis divulgam o órgão policial e orientam a população sobre as atribuições da Delegacia e da Polícia Civil no enfrentamento à violência de gênero.
    Estiveram presentes no evento várias autoridades da região, bem como a Dra. Raquel Arruda Gomes, Chefe de Gabinete do Secretário de Segurança Pública do Estado, a senhora Anita Kieling, representante da Secretaria de Segurança Pública, a Delegada de Polícia Anita Klein, da DEAM de Porto Alegre e a Ten. Cel. Nádia Rodrigues Gerhard, da BM.



Fonte: Inspetor de Polícia - SIPAC Gravataí
          Ciran Antonio Herrera Fernandes
        

quinta-feira, 17 de outubro de 2013

Com o apoio da SPM, servidoras de presídios gaúchos recebem capacitação em estudos de gênero

   SPM repassou R$ 110 mil para o programa de capacitação que aborda, são tratados temas como saúde da mulher, direitos sexuais e reprodutivos, atenção integral à presa gestante, gênero e diversidade no sistema prisional, entre outros: 
 Capacitar agentes e técnicas penitenciárias gaúchas - que trabalham diretamente com mulheres em situação de prisão - é o objetivo do programa “Atenção Integral às Mulheres em Privação de Liberdade”. A ação está sendo desenvolvida por meio de uma parceria entre a Secretaria de Políticas para as Mulheres da Presidência da República (SPM-PR) e a Superintendência dos Serviços Penitenciários (Susepe), da Secretaria de Segurança Pública do Rio Grande do Sul.
 Para a efetivação do programa, foram investidos R$ 137.920,00, sendo R$ 110.336,00 repassados pela SPM e R$ 27.584,00, como contrapartida do Estado, por meio de convênio com a daquele estado. Dentre os objetivos do curso está a reflexão acerca das relações de gênero e as intervenções das agentes e técnicas em todas as dimensões da execução penal. A ideia é preparar as servidoras para que realizem atendimento às necessidades específicas de mulheres privadas de liberdade. Segundo dados da Susepe, 7% da população prisional do RS é de mulheres, o que corresponde a 1.818 detentas.
 “Com essa qualificação das agentes penitenciárias, para a compreensão das especificidades de gênero no sistema prisional, queremos promover uma humanização no ambiente carcerário, cuja opressão recai não apenas sobre as apenadas, mas também sobre as profissionais que nele atuam”, aponta a coordenadora do Acesso à Justiça e Garantia de Direitos da SPM, Aline Yamamoto.
 Curso - Agentes penitenciárias, penitenciário-administrativas e técnicas penitenciárias recebem capacitações em temas como saúde da mulher e direitos reprodutivos e sexuais; atenção integral à presa gestante; violência de gênero; gênero e diversidade no sistema prisional; criminologia feminista; políticas de atenção à mulher; direitos humanos e cidadania. De acordo com a coordenadora técnica do programa, Andréa Sattler, a capacitação promove o desenvolvimento de uma sensibilidade em relação às questões de gênero, tanto por parte das mulheres presas como das agentes e técnicas. “A proposta é ampliar esta reflexão sobre a mulher em um espaço eminentemente masculino como o presídio”. 
 A primeira turma - composta de 20 servidoras que atuam em estabelecimentos prisionais exclusivamente femininos - concluiu o curso em maio de 2013. A capacitação da segunda turma está em andamento, com previsão de término em janeiro de 2014, e conta com a participação de 50 agentes e técnicas penitenciárias, locadas em estabelecimentos penais mistos do interior do Estado.
 Centro de Estudos - O projeto contempla ainda o Centro de Estudos Permanentes em Gênero e Sistema Prisional, que tem realizado reuniões mensais, envolvendo agentes e técnicas penitenciárias, acadêmicas e o público em geral. Por meio de filmes, palestras e debates, os encontros relacionam os estudos de gênero e o fazer diário das agentes e técnicas nos presídios, como o processo de visitação nas casas prisionais e as visitas íntimas.



Comunicação Social
Secretaria de Políticas para as Mulheres / SPM
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terça-feira, 8 de outubro de 2013

Inscrições para o Seminário Mulheres e a Segurança Pública – Fortalecendo a Rede Lilás

              A rede Lilás depende da atuação articulada de instituições governamentais e da sociedade para enfrentar a violência contra as mulheres.
             O objetivo do Seminário Mulheres e a Segurança Pública – Fortalecendo a Rede Lilás é fortalecer os serviços especializados de enfrentamento e atendimento às mulheres em situação de violência no Rio Grande do Sul, garantindo a elas um serviço humanizado, integral e qualificado. Ao mesmo tempo, reduzir os crimes cometidos por questões de gênero, com a responsabilidade do agressor, além da assistência e autonomia para as mulheres e a garantia de seus direitos humanos.






Contamos com sua participação.
Para realizar sua inscrição clique no link abaixo:  www.mulhereseasegurancapublica.blogspot.com.br

sexta-feira, 4 de outubro de 2013

PRISAO NA DEAM

       Neste dia 02/10/13, ao meio-dia a BM apresentou nesta DEAM um indivíduo suspeito de ter cometido estupro no sábado na zona sul de Porto Alegre. Imediatamente a vítima foi ouvida e efetuou o reconhecimento do estuprador. 
      Os familiares da vítima (pai, mãe e namorado) que se encontravam nesta DEAM precisaram ser contidos porque queriam se vingar do criminoso. Por orientação da Delegada Titular desta DEAM, as Delegadas adjuntas foram pessoalmente ao Fórum Partenon conversar com o Juiz e representar pela prisão preventiva enquanto o criminoso era interrogado nesta DEAM.                     
Foi obtido o Mandado de Prisão Preventiva e no final da tarde o criminoso foi conduzido ao Presídio Central.

Fonte: Anita Maria Klein da Silva - Delegada de Polícia - Titular da DEAM Porto Alegre - Coordenadora das DEAMs

terça-feira, 1 de outubro de 2013

“Um Grande Amor” - Alexandra Mikhaylovna Kollontai (1872-1952)

             

            Conheci Alexandra Mikhaylovna Kollontai (1872-1952) ao ler seu romance “Um Grande Amor” (Editora Rosa dos Tempos), cujo enredo, dizem, é o amor de Lenin (1870-1924) e da bolchevique e feminista francesa, radicada na Rússia, Inessa Armand (1874-1920), sob o olhar silencioso da mulher e secretária Nadezda Krupskaia (1869-1939), com quem ficou casado até morrer. Inessa Armand morreu de cólera. Alexandra Kollontai, revolucionária bolchevique, um dos baluartes da Revolução Russa de 1917, era consciente do antagonismo entre os interesses das mulheres da burguesia e os das classes populares, linha teórica que a guiou quando ministra para abolir o entulho autoritário que oprimia as russas, promovendo a equiparação dos salários femininos aos masculinos, o divórcio, o aborto, inúmeros benefícios sociais para enfatizar a função social da maternidade, como creches urbanas e rurais. 



          Foi a única mulher a ocupar um cargo no primeiro escalão do governo após a Revolução de Outubro: comissária do povo (Comissariado da Assistência Social, equivalente a ministra de Estado do Bem-Estar Social). Sob o comando dela, foram elaboradas as novas leis sobre os direitos da mulher – os mais amplos de um país, em todos os tempos, até hoje, incluindo a legalização do aborto! “Não há dúvidas de que o governo soviético foi o primeiro do mundo a abolir as leis que conferiam cidadania de segunda categoria às mulheres” (OLIVEIRA, Fátima,“Reflexões sobre o centenário do Dia Internacional da Mulher", O TEMPO, 8.3.2011). Originária da nobreza latifundiária ucraniana – seu pai, Mikhail Domontovich, era general do czar; e sua mãe, finlandesa, descendente de camponeses –, concluiu o bacharelado aos 16 anos e a família decidiu que ela não precisava estudar mais. Como autodidata, continuou estudando. Casou-se aos 20 anos com um oficial do Exército russo, Vladimir Mikhailovich Kollontai, com quem teve um filho, Misha. Em 1896, simpatizante do socialismo agrário e do populismo, começou a estudar marxismo e economia. 
           Em 1898, separou-se do marido, que ficou com o filho, e filiou-se ao Partido Social-Democrata dos Trabalhadores Russos, no qual sua atividade de destaque foi entre as trabalhadoras. Polemista hábil, integrou a tendência bolchevique em 1905; de 1906 a 1915, virou menchevique, quando retornou ao grupo bolchevique. Esteve exilada de 1908 a 1917. 
            Foi a primeira mulher eleita para o comitê executivo do Soviete de Petrogrado. Logo após a Revolução de Outubro, casou-se com Pavel Dybenko, marinheiro de origem camponesa, com quem ficou até 1922, quando foi exilada como a primeira embaixadora soviética em vários países, até 1945, efetivação de sua proscrição do cenário político na ex-URSS, inclusive por suas opiniões sobre o amor livre e a dupla moral sexual.

quarta-feira, 25 de setembro de 2013

Lei Maria da Penha não serviu para diminuir mortes de mulheres no país, aponta estudo do Ipea

       Uma pesquisa realizada pelo Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) mostrou que a Lei Maria da Penha, criada em 2006, não ajudou a reduzir número de mortes de mulheres por violência doméstica no Brasil.
       Os dados divulgados em Brasília na manhã desta quarta-feira (25/09) também mostraram que o Rio Grande do Sul é o quinto Estado do país com menores taxas de mulheres assassinadas do Brasil entre 2009 e 2011. Foram 4,64 homicídios por 100  mil mulheres neste período. Os menores índices continuam sendo no Piauí, com taxa de 2,71 por 100 mil mulheres, seguido de Santa Catarina, São Paulo e Maranhão. O Estado também está abaixo da média nacional, que é de 5,82 por 100 mil mulheres.
       A pesquisa detalhou que, após a criação da Lei Maria da Penha, em 2006, houve um leve decréscimo no número nacional de mortes, passando de 5,41 por 100 mil mulheres em 2001 para 5,02 em 2006 e 4,75 em 2007, mas voltou a subir nos anos seguintes. Leila Posenato Garcia, técnica de Planejamento e Pesquisa do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), mostra que os índices aumentaram  pouco a pouco, chegando a 5,43 a cada 100 mil mulheres em 2011, e que o efeito da ampla divulgação da lei à época pode explicar a pequena redução nas taxas de mortalidade observada nos anos de 2006 e 2007.
       Mas a experiência demonstra que, sem esforços contínuos para mudar a cultura e a prática institucional, a maior parte das reformas legais e políticas tem pouco efeito. Outra hipótese que pode ser levantada para explicar o fato é que o grau de implantação das medidas previstas na Lei Maria da Penha pode ter sido insuficiente. Também podem existir falhas no processo, em diferentes instâncias e sob a responsabilidade das diversas instituições mencionadas na lei, como o Poder Judiciário, o Ministério Público, a Defensoria Pública, as Polícias Civil e Militar, a Guarda Municipal e o Corpo de Bombeiros. A qualidade do serviço oferecido às vítimas é um aspecto importante, posto que frequentemente os profissionais, incluindo aqueles envolvidos no sistema legal, compartilham os mesmos preconceitos que predominam na sociedade — disse Leila. Leia mais em: