terça-feira, 13 de maio de 2014

Atrocidades - Temos potencial para tornar este mundo mais digno e justo

    Conhecendo as atrocidades divulgadas nos últimos  dias, impulsivamente, postei no Face “Socorro! Parem o mundo que eu quero descer!” Era o meu desejo.
        Pelos comentários na internet, Fabiane Maria de Jesus  morreu na Baixada Santista, após ser arrastada e espancada por pessoas que se arvoraram no  papel de justiceiros. Confundida com uma mulher apontada como  sequestradora de crianças, passou por um verdadeiro calvário. A acusação, mesmo se fosse verídica, não justificaria a aplicação da justiça por pessoas sem esse direito.
      Existe o processo legal onde o Estado tem a prerrogativa de investigar, prender e penalizar. Senão é o caos, uma situação de anomia social que desserve a democracia e as instituições, ao Brasil.  Tanto a irresponsabilidade do internauta, quanto daqueles  diretamente responsáveis pela morte, precisam ser identificados e punidos.
      Outra notícia que estarreceu o mundo civilizado, é o sequestro de 276 estudantes nigerianas para serem vendidas como escravas sexuais. Um grupo radical islâmico chefiado por Boko Haran  assumiu publicamente essa intenção. Os terroristas condenam a educação para as mulheres, consideram um desvirtuamento dos preceitos do Islã.
    Voltei-me, então, para as causas vitoriosas em razão de grandes movimentos internacionais.
Em 2010, a condenação à morte de Sakineh Ashtiani, pela justiça iraniana por adultério e gravidez fora do casamento, recebeu o protesto de países, inclusive o Brasil. A mobilização internacional, a pressão dos organismos de direitos humanos conseguiram que fosse sustado o apedrejamento .
Malala, uma garota paquistanesa de 15 anos, que usava um blog para denunciar a repressão desencadeada pelos fundamentalistas islâmicos contra o direito das  meninas frequentarem a escola, desafiou o poder talibã, foi baleada na cabeça, tornou-se um  símbolo da luta contra a violência, chegando a receber o Prêmio Nobel da Paz.  Na solenidade, reafirmou a luta em favor das meninas.
      São exemplos animadores a que precisamos recorrer para não  nos entregarmos  à desesperança.
Temos potencial para tornar este mundo mais digno e justo. Não dá para desistir.


Fonte -  Zero Hora 07 de maio de 2014 - LÍCIA PERES - Socióloga

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