quarta-feira, 29 de janeiro de 2014


Programa Gaúcho de Microcrédito lança modalidade para apenadas do Presídio Madre Pelletier


Detentas que fazem cursos de capacitação terão acesso ao crédito após cumprirem as penas
Detentas que fazem cursos de capacitação terão acesso ao crédito após cumprirem as penas - Foto: Caroline Bicocchi/Palácio Piratini
Pioneiro no país, o Programa Gaúcho de Microcrédito Junto ao Sistema Prisional foi lançado pelo governador Tarso Genro no Presídio Feminino Madre Pelletier nesta quinta-feira (23), em Porto Alegre. Com reservas de recursos de R$1 milhão para 2014, o programa complementa uma série de iniciativas aplicadas pelo Governo no sistema prisional gaúcho, como os cursos do Pronatec, e incentiva a inclusão e ressocialização de detentas e, no futuro, detentos. 

"Esta medida não é punitiva, mas recuperativa. Nossa vontade prioritária é criar mais oportunidades do que presídios", afirmou Tarso. Ele lembrou que, pela primeira vez na história do Rio Grande do Sul, um governo tem um programa para enfrentar de forma eficiente os problemas reais do sistema, como é o caso do esvaziamento do Presídio Central e da construção das novas unidades no Estado. "Queremos uma rede digna, uma exceção, que sirva de exemplo para o país". 

Segundo a secretária de Políticas para as Mulheres, Ariane Leitão, a sociedade é diariamente desafiada pelos problemas do sistema prisional brasileiro, e uma ação como esta comprova que "é possível fazer diferente". 

Responsável pelo programa, o secretário da Economia Solidária e Apoio à Micro e Pequena Empresa, Maurício Dziedricki, explicou que os cursos de capacitação, que são pré-requisito para acesso das apenadas ao microcrédito, foram construídos respeitando as áreas de atuação, como costura e customização, confecção de sabonetes, salão de beleza, artesanato e gastronomia, segmentos em que as apenadas estão se habilitando e trabalhando enquanto cumprem pena no regime fechado. "O Estado está oferecendo a capacidade de resgatar possibilidades a essas mulheres", disse. O dinheiro para que invistam no próprio negócio será entregue às detentas após o cumprimento da pena.

Segundo a Superintendência de Serviços Penitenciários (Susepe), 98% das 239 mulheres que cumprem pena no Madre Pelletier é em razão do narcotráfico, geralmente levadas pelos companheiros. É o caso de Cristian Adriana do Carmo, 43 anos. Ela já fez o curso de cozinheira, está se especializando em doces. Com o microcrédito, Cristian acredita na nova oportunidade." De governo em governo a gente só escuta promessas, agora é um fato. Se já é difícil para as pessoas que estão na rua, imagina pra gente que sai daqui com um carimbo. Vou aproveitar essa segunda chance." 

Programa de Microcrédito O Programa Gaúcho de Microcrédito, coordenado pela Sesampe, foi criado em 2011, com a finalidade de fortalecer e ampliar o microcrédito no Estado. Para isso, ele funciona por meio de parcerias com instituições financeiras, agentes de intermediação (AGIs) e instituições de microcrédito (IMs) na intermediação de recursos e operacionalização de uma variedade de empréstimos direcionados a um público restrito (empreendedores formais e informais, pessoas físicas e jurídicas), definido por sua baixa renda ou pelo seu ramo de negócios, que usualmente não tem acesso às formas convencionais de crédito.

Texto: Anamaria Bessil
Edição: Redação Secom (51) 3210.4305

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